A privação do sono é um fator muito importante que afeta nossa saúde, ele tem o mesmo efeito no sistema imunológico que o estresse físico ou alguma doença, de fato isso ajuda explicar por que a falta de sono está associado a um risco aumentado de inúmeras doenças crônicas, incluindo doenças cardíacas.
Pesquisas mostraram que insônia frequente ou crônica está ligado com risco maior de pressão alta, que como sabemos é um precursor e fator de risco para doenças cardíacas que devemos ficar atentos. Para ser mais especifico, pessoas que dormem 5 horas ou menos por noite estão em um grupo de maior risco de desenvolver pressão alta ou agravar este quadro.
Outro ponto importante que foi descoberto que essas pessoas em comparação as que dormem 7 a 8 horas regularmente, tem 27% mais chances de ter aterosclerose subclínica (estágios iniciais do endurecimento e estreitamento das artérias) de acordo com estudo publicado no Jounal of the American College of Cardiology.
E não é só a quantidade de horas dormidas que devemos nos atentar, mas também com a qualidade do sono. Como assim? Ter uma noite de sono onde você consegue descansar, sem ficar acordando muitas vezes, sem ficar muito tempo na cama até adormecer, são pontos que indicam um sono de qualidade. Pessoas que tem o sono mais fragmentado tem 34% mais chances de apresentar aterosclerose.
No nível subclínico, a aterosclerose nos estágios iniciais pode não causar nenhum sintoma e pode ser revertida, para que as doenças cardíacas sejam evitadas. Para esse fim o sono adequado pode ser crucial.
Para comprovar esta hipótese que a insônia é um fator causador de doenças cardíacas e não uma mera correlação, analisaram predisposições genéticas para insônia, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e derrame.
No final concluíram que a predisposição genética para insônia estava associada a um risco significativamente de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca e derrame isquêmico. Já para o AVC a predisposição genética à insônia foi associada a um risco 13% maior de derrame arterial, 8% de derrame de vasos pequenos.
Este estudo não permite concluir que a insônia causa doenças cardiovasculares, mas sim que pessoas com insônia tem maior risco delas, portanto é importante identificar o motivo subjacente da insônia para conseguir tratá-la.
Aqui vão algumas evidencias de mecanismos possíveis pelos quais a insônia ou sono ruim afetam a saúde do coração:
Desregulação do eixo hipotálamo-hipófise (que não apenas aumenta o risco de doenças cardiovasculares, mas também a resistência à insulina, diabetes, ansiedade e depressão)
Atividade aumentada do sistema nervoso simpático (que aumenta a liberação de cortisol e outros hormônios associados a hiperexcitação, principalmente hormônio adrenocorticotrófico)
Modulação anormal do sistema nervoso autônomo;
Aterogênese aumentada
Inflamação sistêmica aumentada
Fora isso a falta de sono pode afetar em outras áreas da sua saúde, como:
Aumento do risco de problemas neurológicos, que depressão à doença de Alzheimer: com a idade a barreira hematoencefálica se torna mais permeável, em conjunto com a eficiência reduzida do sistema linfático devido a falta de sono, danos ocorrem mais rápido no nosso cérebro, essa deterioração desempenha um papel significativo no desenvolvimento da doença de Alzheimer.
Aumento do risco de diabetes tipo 2: Pacientes com insônia tiverem em média 16% mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 em comparação aqueles que dormiram bem.
Aumento da dor e condições relacionadas à dor, como fibromialgia: Em um estudo falta de sono foi um preditor para dor generalizada em adultos acima de 50 anos.
Aumento do risco de morte por qualquer causa: a insônia persistente foi associada a um aumento de 58% no risco de mortalidade por todas as causas, principalmente por causa do aumento dos níveis de inflamação sistêmica.
Função sexual prejudicada
Aumento do risco de obesidade
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